ItinerárioSua produção iniciou-se nos anos de ouro das rádios num Brasil onde Rio de Janeiro era capital.
E as influências eram os grandes maestros populares
e arranjadores que dividiam entre si tendências do jazz americano de Stan Kenton, Benny Goodman, Horace Silver, e o lirismo da tradição italiana: Gnattali, Panicalli, Gaya. Ou a raiz de samba nas harmonias vibrantes
de Cipó, Carioca, Fonfon, Zacarias. Aprendeu muito cedo a ensaiar os naipes de uma orquestra até o apuro máximo dos timbres e das vozes. E isto você há de encontrar aqui. Os escritos, pensamentos, recortes, anotações, partituras, cifras, harmonias e melodias
de um grande arranjador popular. E que reviveu
K-Ximbinho, Pixinguinha, Caymmi, Cartola, Ataulfo Alves para as gerações que os sucederam.
Quando pisava os palcos do mundo sua presença era luz. O centro do palco, um púlpito. Seu trabalho em cena, a consumação de um ritual. Cada detalhe previsto, tecnicamente apurado, roteiros e sequências de temas impecáveis que tinham o espaço para o som e a comunicação com o público. Não tocava para si, ofertava sua música para os outros, como quem comparte o pão. E os extratos que demonstram este cuidadoso preparo você há de reconhecer aqui.