Bossa Blue
Halina Grynberg
Release
 
 

Paulo Moura tem a insistente vocação que dá nome a uma de sua gravações mais premiadas: Mistura e Manda.

O importante parece ser promover uma confusão urbana, suburbana e rural, fazer todo mundo dançar numa gafieira etc. e tal. E depois deixar embalar-se no sonho onde faz encontrarem-se Pixinguinha e Duke Ellington.

Cada uma dessas gravações, cada um desses registros musicais promovem encontros muitas vezes imprevisíveis: reunir choro, samba e a bossa nova ao jazz e ao blues.

Talvez porque a trajetória musical de Paulo Moura passe pelas orquestras populares de dança como as de Severino Araújo, pelas óperas e sinfonias do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, ou simplesmente porque a liberdade de improvisação criativa no jazz seja fascinante, o maestro clarinetista resolveu inventar Bossa Blues.

Ao apresentar Bossa Blue Paulo Moura retoma o prazer de brincar musicalmente com as raízaes comuns da bossa brasileira e do blues, e reencontrar as escalas que ressoam nas plantações do Mississipe e se mesclam aos sons cariocas. Este show é uma viagem transcontinental, uma estrada paralela a da bossa nova.

Fazendo o samba ir ao encontro do jazz, a partir de 1959, Jobim e João Gilberto tornaram a música brasileira um fenômeno mundial.

Paulo Moura, 40 anos depois, nessa apresentação, destaca e aprofunda as relações da expressão musical brasileira mais conhecida internacionalmente, a bossa nova, com o que há de mais marcante na alma negra americana: o blues. Esta nova aventura, este novo mergulho nos laços musicais entre o Brasil e o jazz, entre a bpssa nova e o blues, vem agora embalada pelos sons da gaita de Flávio Guimarães, do contrabaixo de Tony Botelho, do violão e da guitarra de Nélson Faria e da clarineta de Paulo Moura.