Gafieira Jazz - Paulo Moura & Cliff Korman
Rob Digital, 2006


01. 06:10  Saxofone, porque choras      
02. 03:00  Sozinha      
03. 07:04  Noites cariocas      
04. 06:13  Pedacinhos do céu      
05. 10:17  Manhã de carnaval      
06. 04:56  Tarde de chuva      
07. 04:25  1 X 0      
08. 04:54  Mulatas etc e tal      
09. 08:26  Alma brasileira      


Lançamento brasileiro do disco original Gafieira Dance Brasil – The Paulo Moura & Cliff Korman Ensemble. Paulo Moura e Cliff Korman dançam juntos há 25 anos, mas sobretudo fazem o mundo dançar: Rio de Janeiro, São Paulo, Minhas Gerais, Maceió, Gênova, Roma, New York, Pittsburg, Johnstown, Miami, Washington, Alabama, Israel. Neste CD, originalmente gravado em Gênova, estão presentes combinações e registros que, perdurando no tempo, se renovaram no encontro destes dois grandes músicos enovelando o jazz e o samba numa mesma arte dançante sem fronteiras. Gafieira Jazz - Paulo Moura & Cliff Korman
Rob Digital

Paulo Moura - clarineta
Cliff Korman - piano
Mestre Zé Paulo - cavaquinho
David Finck - baixo
Paulo Braga - bateria

"Gafieira Jazz" é uma compilação de dois discos anteriores de Paulo Moura e Cliff Korman, lançados no exterior: "Mood Ingenuo" (Jazzheads - 1999) e "Gafieira Dance Brasil" (Almonds & Roses Music - 2001), ambos produzidos por Natalia Indrimi e Halina Grynberg.

Faixas 1, 6 e 7 licenciadas por Jazzheads, Inc. PO Box 0523, Planetarium Station, New York, NY 10024. www.jazzheads.com

Faixas 2, 3, 4, 5, 8 e 9 licenciadas por Stardust Prod Cult Ltda e Almonds & Roses Music.

Masterização: Valdo Loureiro - Rob Digital
Projeto Gráfico: André Vallias
Ilustrações: Pedro Fowler
Fotos: Fabio Bussalino

ROB DIGITAL
Direção Geral: Claudia Calmanowitz
Direção Artística: Roberto Carvalho
Produção Executiva: Rodrigo González Villalobos
Gafieira jazz
Halina Grynberg

No ano de 1981, em Woodstock, estado de Nova Iorque, num workshop para estudantes americanos de música, ainda embebidos na bossa nova, inicia-se a relação musical sui generis entre Paulo Moura e Cliff Korman.

Pouco confiante em suas habilidades com a língua inglesa, Paulo preferiu dar uma de malandro carioca e começar com o que sabia. E de saída lançou um desafio: "Alguém gostaria de tocar um pouco comigo?"

A provocação do saxofonista e clarinetista brasileiro afro-descendente (para sermos convencionalmente corretos!), maestro de composição e rítmica foi respondida num pulo de gato – ou de cat, como os jazzistas americanos se autodenominam. E, com este salto sobre a banqueta do piano, Cliff Korman, na época um muito jovem pianista, judeu, nascido e criado em Manhattan, preferiu traduzir como bem quis, o que talvez Paulo estivesse sugerindo: "Alguém quer dançar comigo?"

Nunca mais se largaram. Paulo Moura porque se encantou com a expressividade intensa da ginga corporal do pianista, que traduzia assim numa espécie de síncopa, um adiantamento de acentuação rítmica que só o samba contém. E Cliff Korman porque desdobrava em seu íntimo o coração brasileiro que o habitava, embora cultivado em improvisos e standards do mais puro jazz americano.

Paulo Moura, na época, já andava trocando o jazz abrasileirado pelo samba chorado das gafieiras. E Cliff Korman, sem o saber, iria permutar a pura linguagem musical nova-iorquina pela língua brasileira, a partir de dentro: agora o sangue lhe pulsaria diferente nas veias, fluindo ao sopro que lhe vinha de um saxofone alto, que não era de Charlie Parker, e de uma clarineta, que não era de Benny Goodman. Como um sonho sonhado por Pixinguinha e Duke Elligton, ao se encontrarem no céu.

Até hoje, vinte e cinco anos depois, dançam juntos, mas sobretudo fazem o mundo dançar: Rio de Janeiro, São Paulo, Minhas Gerais, Maceió, Gênova, Roma, New York, Pittsburg, Johnstown, Miami, Washington, Alabama, Israel.

Neste CD, originalmente gravado em Gênova, num Festival organizado pela "Cantar da Costa", produtora de Natalia Indrimi, esposa de Cliff, vocês vão encontrar combinações e registros que, perdurando no tempo, se renovaram no encontro destes dois grandes músicos, hoje compadres, enovelando o jazz e o samba numa mesma arte dançante sem fronteiras.
Gafieira. Ou the art of ball room dancing, se preferirem.


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