No aniversário de 80 anos do diretor Carlos Manga e diante de um grupo seleto de convidados e membros fundadores do Sinatra-Farney Fan Club (que aglutinava, nos anos 1950, na Tijuca, Rio de Janeiro, os amantes da boa música, sobretudo o jazz), o piano de João Donato e a clarineta de Paulo Moura reviveram sua amizade de adolescentes tijucanos, desfrutando musicalmente das memórias dos hits nacionais e americanos que os fascinavam ainda no período pré-bossa nova. Nasce daí o disco gravado em estúdio com o mesmo toque easy listening e a cumplicidade de quem, cinquenta anos depois dos acordes originais, completaria a segunda parte de uma composição: Na Barão de Mesquita. Embora esta música em especial não conste no repertório do disco, encontramos nele, da autoria dos dois, “Sopapo” e “Pixinguinha no Arpoador”.
Dois panos para manga - João Donato e Paulo Moura
Biscoito Fino
Piano: João Donato
Clarineta: Paulo Moura
Produzido por João Donato e Paulo Moura.
Gravado entre os dias 7 e 11 de fevereiro de 2006, no AR Studios (Rio de Janeiro),
por Marcelo Sabóia; assistente de gravação: Bruno Stehling.
Mixado e masterizado na Visom Digital (Rio de Janeiro) por Luiz Tornaghi.
Projeto gráfico: André Vallias
Fotos: Joaquim Nabuco.
Produção executiva: Halina Grynberg e Ivone Belem
Concepção: Halina Grynberg
Entrevista: Ivone Belem
Uma realização Biscoito Fino
Direção geral: Kati Almeida Braga
Direção artística: Olivia Hime
Gerência de produção: Pedro Seiler
Assistente de produção: Renata Mader
www.joadonato.com.br
www.paulomoura.com.br
Agradecimentos
A Carlos Manga pelo reencontro de João Donato e Paulo Moura
Ao Copacabana Palace pela locação das fotos
Dois panos para manga
Ivone Belem
Dois panos para manga surge do encontro de dois gigantes da música brasileira - João Donato e Paulo Moura - em uma noite quente de janeiro de 2006. Festa de aniversário, num condomínio da Barra da Tijuca. A rua: Dick Farney. O anfitrião, ninguém menos que o presidente do Sinatra-Farney Fã Clube: Carlos Manga. A onda: relembrar o doce gosto das noites em claro, escutando os discos que embalaram uma turma que tanto fez que até a bossa nova inventou. E muito mais.
Ainda emocionados com o reencontro, deram vazão à idéia de reunir em CD, pela primeira vez, João Donato e Paulo Moura, gravando um punhado de obras do repertório do Fã Clube e algumas músicas geradas naquele ambiente. E enquanto dialogavam no piano e clarineta, criaram duas pérolas com brilho jazzístico e curvas bem brasileiras.
João Donato e Paulo Moura
Halina Grynberg
Tome um fio de melodia que harmonize o Rio Branco do Acre ao Rio Negro de São José, e, numa dobra do tempo, 50 anos depois, você terá as belas linhas de uma praia do Rio, que, sendo de Janeiro, é de todas as cores, tons e desenhos. Ou topará com dois grandes meninos, o sorriso cúmplice de quem não dá ponto sem nó, bordando uma saudade que, sendo nossa, não mata a gente, mas, retece a alma com fibras de dengo. Moleques, imprevisíveis, descolados, costurando e bordando rimas musicais que só eles modelam, trançando, à vontade, pernas que dançam a murmúrios deslizando em devaneio.
Nem bossa nem jazz. Nem samba nem salsa. Nem dia nem noite. Entardece em Copacabana ao som de João Donato e Paulo Moura.
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